RMA : Religiões de Matriz Africana
INTRODUÇÃO
Para falarmos das RMA, Religiões de Matriz Africana, precisamos em primeiro momento,
a título de introdução, conceituarmos o que é “Religião”, pois este termo hoje
se confunde com a doutrina, ou seja, a primeira é de foro íntimo, pessoal e
sentimental, a própria Fé, a segunda é a prática quase em sua totalidade de caráter
social desta Fé manifestada no âmbito das Igrejas, Templos, espaços destinados
ao público para o exercício, a vivência desta Fé, onde somos ou seremos doutrinados
ou ainda em grupos específicos que professam sua Fé de modo esotérico, fechado.
Ao nascermos vamos em pouco espaço de tempo pertencermos a três grupos que vão
moldar nossa personalidade, a Família, a Religião e a Escola; a Família é o
primeiro grupo a que pertencemos, e quase que imediatamente somos batizados e
inseridos em uma instituição religiosa da qual nossa família participa, e por
fim a Escola, onde teremos nossa primeira vivência social mais ampla. Abaixo apresento algumas
definições de Religião.
RELIGIÃO
A palavra "religião" deriva do
latim religare, religar, voltar a ligar. Só se pode falar em
religião, estritamente, quando aparece uma organização complexa, espiritual e
social, com base numa revelação de Deus. Por isso, é possível falar de
espírito religioso antes ainda de falar de religião propriamente dita, na
medida em que o homem primordial vivia permanentemente perante o sagrado. A
religião é, antes de mais, uma atitude do ser humano perante o mundo
e os outros e que pressupõe Deus; uma atitude que implica o homem
em todas as dimensões e compromete toda a sua
vida. O adepto de uma religião procura religar-se a Deus. Contudo, este ato implica algo
mais do que o meramente humano, pois nenhuma religião tem origem propriamente
humana, já que não há religião se não houver revelação, sendo esta dada por um
intermediário; é este o caso dos profetas no Judaísmo, no Cristianismo e
no Islamismo, e é este
o caso dos diferentes mestres do Taoísmo ou dos lamas no
lamaísmo.
O Budismo e o Taoísmo nas suas origens estavam
longe de poder ser considerados religiões, na medida em que se limitavam a um
pequeno número de eleitos capazes de seguir as doutrinas do mestre; a
divulgação das doutrinas secretas era até considerada nefasta, contudo, foi
apenas quando os símbolos de que estas doutrinas se serviam foram interpretados
num sentido meramente exotérico, que se converteram em religião para todos.
Todas as religiões têm um lado esotérico e outro exotérico: o primeiro está, ou
devia estar reservado aos sacerdotes e o segundo está destinado a todos os
crentes. Uma coisa é participar num rito religioso, outra é perceber a sua
dimensão interna, a sua razão de ser.
Pesem muito embora as divergências doutrinais das diferentes religiões,
é possível falar em religião, no singular, na medida em que todas elas
pressupõem uma determinada atitude do crente face a Deus (e isto mesmo quando se
concebe Deus de modo
radicalmente diferente): a experiência universal que é a inefável[1]
vivência do sagrado.
Com efeito, por muito que se tente estudar a religião como um fenómeno, ela permanece sempre envolvida por uma aura de mistério que só aquele que a vive e a ela adere pode saber e saborear. Praticamente todas as grandes religiões têm o seu fundador bem definido: Cristo para o Cristianismo, Mohammad para o Islamismo, Buda para o Budismo e Lao-Tsé para o Taoísmo. Cada um deles é um ser eleito que tem por missão regenerar formas arcaicas de religião e dar-lhes um novo impulso, concedendo-lhes um novo espírito. Os textos que eles deixam escritos ou que os seus discípulos registam são considerados sagrados, são tidos como a própria palavra de Deus. A partir deles os fiéis têm o código segundo o qual podem orientar a sua vida para o sagrado, para o transcendente, numa palavra, para Deus. O primeiro objetivo de uma religião é o de fornecer aos homens os meios para a sua salvação após a morte. O espaço e o tempo sagrados são completamente diferentes do espaço e tempo profanos, os primeiros são cíclicos e qualitativos, os segundos são lineares e quantitativos (é o espaço mensurável pelo metro ou o tempo mensurável pelo relógio). Para um homem realmente religioso entrar num templo é entrar efetivamente num espaço e num tempo diferentes, assistir a um ritual religioso é participar do sagrado que naquele momento se manifesta, é viver a teofania[2] e reatualizá-la. O calendário litúrgico decorre segundo um ciclo que a cada domingo renova o momento primordial que foi para o cristão a morte e ressurreição de Cristo, a cada ano se repete o seu nascimento, a sua morte e a sua ressurreição, como que acontece novamente essa entrada do eterno na temporalidade, da transcendência na imanência. O crente de qualquer religião, ao entrar no templo abandona a sua vida profana e assume-se como outro, repete os gestos e as orações que vêm desde tempos imemoriais e que permitem por algum modo misterioso a sua salvação.
Fonte: religião - Infopédia (infopedia.pt)
Origem da palavra religião
Do
latim religio, que significa “louvor e reverência aos deuses”. Os
etimologistas discutem bastante a respeito sobre a real origem etimológica da
palavra “religião”. No entanto, muitos acreditam que tenha surgido a partir da
junção do prefixo re, que funciona como um intensificador da
palavra que o sucede, neste caso ligare, que significa “unir” ou
“atar”. Assim, religare teria
o sentido de “ligar novamente”, “voltar a ligar” ou “religar”. Neste caso, o
termo era utilizado como um ato de “voltar a unir” o humano com o que era
considerado divino. Ainda existe outra teoria que diz ser o verbo latino relegere a
origem da palavra religião. Relegere significa “reler” ou
“revisitar” e foi associado ao ato da constante releitura e interpretação dos
textos bíblicos e sagrados para que os religiosos possam seguir os desejos das
divindades que veneram da forma mais fiel possível. Atualmente, o conceito de
religião é definido como sendo um conjunto de crenças relacionadas com aquilo
que a humanidade considera como sobrenatural, divino, sagrado e transcendental,
bem como o conjunto de rituais e códigos morais que derivam dessas crenças. A
palavra religião existe no dicionário da língua portuguesa aproximadamente
desde o século XIII.
Fonte:
Origem da palavra RELIGIãO - Etimologia - Dicionário
Etimológico (dicionarioetimologico.com.br)
Religião: [pl: ões] s.f. 1. Crença na
existência de uma força ou forças sobrenaturais. 2. Conjunto de dogmas e práticas que ger. envolvem
tal crença. 3. Observação aos princípios religiosos; devoção (praticar a r.)
Fonte: Minidicionário Houaiss da língua
portuguesa; 3º edição; 2009; p. 643.
Atividade: 1) Discuta em grupo o que é religião? 2) (Como entendo o que é para mim)
O que é Relgião?
[1] Inefável: que não se pode nomear ou
descrever em razão de sua natureza, força, beleza; indizível, indescritível. 2.
que causa imenso prazer; inebriante, delicioso, encantador.
[2] Teofania: A palavra teofania tem origem na combinação de duas
palavras gregas, theos, que significa “Deus”,
e phainein, que significa “mostrar” ou “manifestar”.
Portanto, literalmente teofania significa “manifestação de Deus”.